quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Receita básica para se tornar empresário sem quebrar a cara (muitas vezes)

por Fabio Seixas

Empreender não é nada fácil. Se fosse fácil haveriam mais empresários do que empregados. Afinal, vontade de ser dono do seu próprio destino não falta.

O que falta são alguns ingredientes que tornam a vida do propenso empresário muito mais fácil e menos sofrível. É isso mesmo. Sofrível. Empresário no Brasil sofre mesmo. Não estou falando daquele emrpesário que nasceu em berço de ouro que foi criado para cuidar dos negócios da família, fez MBA no exterior, etc, etc, etc. Estou falando daqueles empresários que, mesmo com as chances contra, foram lá e fizeram o que tinha que ser feito. Mudaram seu destino. E não se iludam, o caminhno para mudar o próprio destino além de nada fácil, é sofrível.

Que ingredientes são esses? Que características são necessárias para ser um empreendedor de sucesso?
Segue a minha receita básica:

-3 colheres das de sopa de persistência
-300g de resiliência
-2 porções de comprometimento
-50g de riscos calculados
-1 xícara de planejamento
-700 ml de informações
-200g de independência
-200g de autoconfiança
-Um pitada de sagacidade
-Inteligência a gosto

Você irá precisar de:
-Uma assadeira de oportunidade tamanho médio (melhor que seja grande)
-Um punhado de metas para decorar o prato final

Modo de preparar:
Unte uma rede de contatos, polvilhe um pouco de persuasão, coloque todos os ingredientes sem deixar nada de fora. Mexe adicionando independência e autoconfiança aos poucos.

Diferente das receitas convencionais, esse prato não basta colocar no forno e esperar. É preciso cuidar dele, ficar de olho. Sempre ajustando a posição para um melhor cozimento. Mas também não adianta mexer o tempo todo, senão desanda. É preciso aprender a perceber a hora de ajustar algo e a hora de deixar as coisas acontecerem.

Ok, ok, a receita parece fácil. Difícil mesmo é conseguir os ingredientes. Se você for um cozinheiro esperto não tentará começar a receita sem antes ter os ingredientes necessário. Porque se faltar algum ingrediente, certamente o resultado não será dos melhores.

Fonte: http://blog.fabioseixas.com.br/archives/2006/06/receita_basica.html

quinta-feira, 25 de março de 2010

Frases de Sun Tzu


As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas
( Sun Tzu )

O verdadeiro método, quando se tem homens sob as nossas ordens, consiste em utilizar o avaro e o tolo, o sábio e o corajoso, e em dar a cada um a responsabilidade adequada
( Sun Tzu )

Os que ignoram as condições geográficas - montanhas e florestas - desfiladeiros perigosos, pântanos e lamaçais - não podem conduzir a marcha de um exército
( Sun Tzu )

Se o inimigo deixa uma porta aberta, precipitemo-nos por ela
( Sun Tzu )

Aquele que se empenha a resolver as dificuldades resolve-as antes que elas surjam. Aquele que se ultrapassa a vencer os inimigos triunfa antes que as suas ameaças se concretizem
( Sun Tzu )

OBJETIVO

na dissimulação do combate, um chefe que é capaz deve fingir ser incapaz; se está pronto, deve fingir-se despreparado; se estiver perto do inimigo deve parecer estar longe
( Sun Tzu )

Um exército vitorioso não lutará com o inimigo até que esteja seguro das condições de vitória, enquanto que um exército derrotado inicia a batalha e espera obter a vitória depois.
( Sun Tzu )

se não é vantajoso, nunca envie suas tropas; se não lhe rende ganhos, nunca utilize seus homens; se não é uma situação perigosa, nunca lute uma batalha precipitada
( Sun Tzu )

um soberano não deve empreender uma guerra num ataque de ira; nem deve enviar suas tropas num momento de indignação

OFENSIVA

a melhor política para as operações militares é obter a vitória, atacando a estratégia do inimigo. A segunda melhor política é desintegrar as alianças do inimigo por meio da diplomacia; em seguida, atacar seus soldados, lançando um ataque ao inimigo; mas, a pior política é atacar violentamente cidades fortificadas e subjugar territórios.
( Sun Tzu )

ser invencível depende da própria pessoa, derrotar o inimigo depende dos erros do inimigo
( Sun Tzu )

quando não há nenhuma chance de vitória, assuma uma posição defensiva; quando há uma chance de vitória, lance um ataque.

SURPRESA

qualquer operação militar tem na dissimulação sua qualidade básica
( Sun Tzu )

um chefe que é capaz deve fingir ser incapaz; se está pronto, deve fingir-se despreparado; se estiver perto do inimigo deve parecer estar longe
( Sun Tzu )

um comandante militar deve atacar onde o inimigo está desprevenido e deve utilizar caminhos que, para o inimigo, são inesperados
( Sun Tzu )

o lugar que nossas forças pretendem atacar não deve ser do conhecimento do inimigo. Deste modo, se ele não puder prever o lugar do nosso ataque terá que se precaver em muitos lugares e quando ele toma precauções em muitos lugares, suas tropas, qualquer que seja o local, será pouco numerosa
( Sun Tzu )

a essência das operações militares é a velocidade das ações e a exploração das vulnerabilidades do inimigo, indo por caminhos que ele não espera e atacando onde ele não está preparado

CONCENTRAÇÃO DE FORÇAS

quando você tiver uma força dez vezes superior à do inimigo, cerque-o;se sua força superar em cinco vezes, ataque-o;quando você tiver duas vezes mais força que o inimigo, enfrente-o pelos dois lados;se suas forças se equivalem, procure repartir as do inimigo;se suas forças forem inferiores, seja hábil em tomar a defensiva;se você for muito mais fraco do que o inimigo, deve saber a hora de empreender uma retirada
( Sun Tzu )

se nós concentrarmos nossas forças em um lugar, enquanto o inimigo dispersa suas próprias forças em dez lugares, então nós seremos dez contra um quando lançarmos o nosso ataque. Se nós tivermos que usar muitos para golpear poucos, então será bastante fácil negociarmos, pois o inimigo será pequeno e fraco

ECONOMIA DE FORÇAS

Se nós não pretendemos lutar contra ele, nós não o faremos, pois, mesmo que a nossa defesa seja apenas uma linha desenhada, nós o desviaremos para outro objetivo.Se nós conseguirmos fazer o inimigo denunciar sua posição, ao mesmo tempo em que ocultamos a nossa, podemos reunir as nossas tropas e dividir as forças do inimigo.

MANOBRA

durante este processo nada se torna mais difícil do que lutar para colocar-se em uma posição favorável frente ao inimigo. É difícil, porque se trata de transformar um tortuoso caminho em uma estrada reta, transformar uma desvantagem em vantagem.
( Sun Tzu )

na manobra não há só vantagens, mas também perigos. Se você se esforça para ocupar uma posição favorável em uma batalha e conduz a totalidade de suas forças, naturalmente, você terá a sua velocidade reduzida. Se, porém, você deixa para trás as suas tropas, os seus equipamentos e as suas provisões, isto estará perdido
( Sun Tzu )

Portanto, em operações militares, você pode obter a vitória com estratagemas militares. Você deve manobrar para obter as condições favoráveis, para dispersar ou concentrar o exército de acordo com as circunstâncias.
( Sun Tzu )

Assim você deverá ser tão rápido quanto o vento forte ao entrar em ação; você deverá ser tão estável quanto as florestas silenciosas que o vento não pode tremer quando se mover lentamente; você deverá ser tão feroz e violento quanto as chamas furiosas quando invadir o estado do inimigo; você deverá ser tão firme quanto as montanhas altas quando estacionar; você deverá ser tão inescrutável quanto algo atrás das nuvens e golpear tão repentinamente quanto trovão.
( Sun Tzu )

Você deve dividir suas forças para saquear o território do inimigo, e posicioná-la em posições estratégicas para a defesa do território recentemente capturado.
( Sun Tzu )

Você deve pesar as vantagens e desvantagens antes de partir para o combate.
( Sun Tzu )

Aquele que primeiro domina esta tática, obterá a vitória. Assim é a arte de manobrar os exércitos.

SEGURANÇA

se um general ataca com confiança é porque sabe que o inimigo não pode se defender ou fortalecer sua posição. Se um general defende com confiança é porque está seguro que o inimigo não atacará com superioridade de forças naquela posição
( Sun Tzu )

nunca confie na probabilidade do inimigo não estar vindo, mas dependa de sua própria prontidão para o reconhecer. Não espere que o inimigo não ataque, mas dependa de estar em uma posição que não possa ser atacada
( Sun Tzu )

o sucesso das operações militares reside na descoberta das intenções do inimigo, e esforço para identificar seus pontos fracos
( Sun Tzu )

segunda-feira, 8 de março de 2010

Michael Foucault

Nascido em uma família tradicional de médicos, Michel Foucault frustrou as expectativas de seu pai, cirurgião e professor de anatomia em Poitiers, ao interessar-se por história e filosofia. Apoiado pela mãe, Anna Malapert, mudou-se para Paris em 1945 e antes de conseguir ingressar na École Normale da rue d´Ulm, foi aluno do filósofo Jean Hyppolite, que lhe apresentou à obra de Hegel.

Em 1946 conseguiu entrar na École Normale. Seu temperamento fechado o fez uma pessoa solitária, agressiva e irônica. Em 1948, após uma tentativa de suicídio, iniciou um tratamento psiquiátrico. Em contato com a psicologia, a psiquiatria e a psicanálise, leu Platão, Hegel, Marx, Nietzsche, Husserl, Heidegger, Freud, Bachelard, Lacan e outros, aprofundando-se em Kant, embora criticasse a noção do sujeito enquanto mediador e referência de todas as coisas, já que, para ele, o homem é produto das práticas discursivas.

Dois anos depois, Foucault se licenciou em Filosofia na Sorbone e no ano seguinte formou-se em psicologia. Em 1950 entrou para o Partido Comunista Francês, mas afastou-se devido a divergências doutrinárias.

No ano de 1952 cursou o Instituto de Psychologie e obteve diploma de Psicologia Patológica. No mesmo ano tornou-se assistente na Universidade de Lille. Foucault lecionou psicologia e filosofia em diversas universidades, na Alemanha, na Suécia, na Tunísia, nos Estados Unidos e em outras. Escreveu para diversos jornais e trabalhou durante muito tempo como psicólogo em hospitais psiquiátricos e prisões.

Viajou o mundo fazendo conferências. Em 1955, mudou-se para Suécia, onde conheceu Dumézil. Este contato foi importante para a evolução do pensamento de Foucault. Conviveu com intelectuais importantes como Jean-Paul Sartre, Jean Genet, Canguilhem, Gilles Deleuze, Merlau-Ponty, Henri Ey, Lacan, Binswanger, etc.

Aos 28 anos publicou "Doença Mental e Psicologia" (1954), mas foi com "História da Loucura" (1961), sua tese de doutorado na Sorbone, que ele se firmou como filósofo, embora preferisse ser chamado de "arqueólogo", dedicado à reconstituição do que mais profundo existe numa cultura - arqueólogo do silêncio imposto ao louco, da visão médica ("O Nascimento da Clínica", 1963), das ciências humanas ("As Palavras e as Coisas", 1966), do saber em geral ("A Arqueologia do Saber", 1969).

Esteve no Brasil em 1965 para conferência à convite de Gerard Lebrun, seu aluno na rue d'Ulm em 1954. Em 1971 ele assumiu a cadeira de Jean Hyppolite na disciplina História dos Sistemas de Pensamento. A aula inaugural foi "a Ordem do discurso".

A obra seguinte, "Vigiar e Punir", é um amplo estudo sobre a disciplina na sociedade moderna, para ele, "uma técnica de produção de corpos dóceis". Foucault analisou os processos disciplinares empregados nas prisões, considerando-os exemplos da imposição, às pessoas, e padrões "normais" de conduta estabelecida pelas ciências sociais. A partir desse trabalho, explicitou-se a noção de que as formas de pensamento são também relações de poder, que implicam a coerção e imposição.

Assim, é possível lutar contra a dominação representada por certos padrões de pensamento e comportamento sendo, no entanto, impossível escapar completamente a todas e quaisquer relações de poder. Em seus escritos sobre medicina, Foucault criticou a psiquiatria e a psicanálise tradicionais.

Deixou inacabado seu mais ambicioso projeto, "História da Sexualidade", que pretendia mostrar como a sociedade ocidental faz do sexo um instrumento de poder, não por meio da repressão, mas da expressão. O primeiro dos seis volumes anunciados foi publicado em 1976 sob o título "A Vontade de Saber".

Em 1984, pouco antes de morrer, publicou outros dois volumes: "O Uso dos Prazeres", que analisa a sexualidade na Grécia Antiga e "O Cuidado de Si", que trata da Roma Antiga. Foucault teve vários contatos com diversos movimentos políticos. Engajou-se nas disputas políticas nas Guerras do Irã e da Turquia. O Japão é também um local de discussão para Foucault. Várias vezes esteve no Brasil, onde realizou conferências e firmou amizades. Foi no Brasil que pronunciou as importantes conferências sobre "A Verdade e as Formas Jurídicas", na PUC do Rio de Janeiro.

Os Estados Unidos atraíram Foucault em função do apoio à liberdade intelectual e em função de São Francisco, cidade onde Foucault pode vivenciar algumas experiências marcantes em sua vida pessoal no que diz respeito à sua homossexualidade. Berkeley tornou-se um pólo de contato entre Foucault e os Estados Unidos.

Em 25 junho de 1984, em função de complicadores provocados pela AIDS, Foucault morreu aos 57 anos, em plena produção intelectual.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Frases de Sun Tzu

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”

“A vantagem estratégica desenvolvida por bons guerreiros é como o movimento de uma pedra redonda, rolando por uma montanha de 300 metros de altura. A força necessária é insignificante; o resultado, espetacular.”

“Se você descobrir o ponto fraco do oponente, você tem que afetá-lo com rapidez. Capture, inicialmente, aquilo que for muito valioso para o inimigo. Não deixe que seja revelado a hora do seu ataque.”

“É de suprema importância atacar a estratégia do inimigo.”

“Quando cercar o inimigo, deixe uma saída para ele. Caso contrário, ele lutará até a morte.”

“(…) se não é vantajoso, nunca envie suas tropas; se não lhe rende ganhos, nunca utilize seus homens; se não é uma situação perigosa, nunca lute uma batalha precipitada…”

“Quando capaz, finja ser incapaz; quando pronto, finja despreparado; quando próximo, finja estar longe; quando longe, façam acreditar que está próximo.”
“É preferível capturar o exército inimigo a destruí-lo. Obter uma centena de batalhas não é o cúmulo da habilidade. Dominar o inimigo sem combater, isso sim é o cúmulo da habilidade.”

“Se numericamente és mais fraco, procura a retirada.”

“Aquele que é prudente e espera por um inimigo imprudente será vitorioso.”

“(…) um comandante militar deve atacar onde o inimigo está desprevenido e deve utilizar caminhos que, para o inimigo, são inesperados…”

“(…) qualquer operação militar tem na dissimulação sua qualidade básica…”

“Diante de uma larga frente de batalha, procure o ponto mais fraco e, alí, ataque com a sua maior força.”

“Na arte da guerra, a melhor opção é tomar o país inimigo intacto. Esmagá-lo á apenas a segunda melhor opção.”

“A vitória é o principal objetivo na guerra. Se tardar a ser alcançada, as armas embotam-se e a moral baixa.”
“Um grande general não é arrastado ao combate. Ao contrário, sabe impô-lo ao inimigo.”

“A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota.”

“Mantenha-os sob tensão e canse-os.”

“Atacai-o onde não estiver preparado. Executai as vossas investidas somente quando não vos esperar.”

“A invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque. Quem se defende mostra que sua força é inadequada; quem ataca, mostra que ela é abundante.”

“O principal objetivo da guerra é a paz.”

“Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização.”

Sun Tzu

Sun Tzu (pinyin: Sūn Zǐ) (544 – 496 A.C.), é considerado um dos maiores estrategistas militares de todos os tempos, é o autor de A arte da guerra, famoso livro chinês sobre tácticas militares, traduzido ao idioma português por Caio Fernando Abreu e Miriam Paglia. Sun Tzu também foi um dos primeiros realistas no campo das ciências políticas.
A única fonte que sobreviveu até aos nossos dias sobre a vida de Sun Tzu escrita no século II a.C. pelo historiador Ssu-ma Ch'ien, que o descreve como tendo sido um general que viveu no estado de Wu no século VI a.C.. No entanto a biografia não é coerente com outras fontes sobre o período, e tudo leva a crer que o livro teria sido escrito entre 400 a.C. e 320 a.C..
Não existe uma biografia linear de Sun Tzu, com início, meio e fim. O que existe são concisas narrações de alguns fatos de sua vida.
Apesar das especulações sobre a sua vida e existência, a sua obra A arte da guerra é considerada de grande importância nos escritos militares e estratégicos de toda a história da humanidade. Segundo os especialistas, apenas Carl von Clausewitz se pode comparar, embora A Arte da guerra seja mais acessível à leitura. Mais do que um livro militar, A Arte da Guerra é considerado um livro filosófico.

Max Weber

Max Weber (1864-1920) ajudou-nos a compreender a natureza da sociedade.

Ele discordava da abordagem de Marx mas as suas objecções eram diferentes das de Durkheim.

Sem negar a importância dos factores materiais, defendidos por Marx, nem a noção de factos sociais externos aos indivíduos, defendida por Durkheim, ele acrescentou que deveríamos olhar para as ideias. Em especial, para os significados que atribuimos às coisas e para o papel das mudanças nas ideias que contribuem para a sociedade e para as mudanças sociais.

No âmbito dos significados que as pessoas atribuem às coisas, Weber utilizou o termo alemão, "verstehen," para discutir a nossa compreensão profunda daqueles significados.

Como a cultura se baseia em símbolos e os símbolos, para o serem, precisam de ter significados, compreender os símbolos é, então, um elemento essencial na compreensão da sociedade.

Em Sociologia, actualmente, continuamos a usar a sua palavra, "verstehen," para analisar este importante elemento da cultura e da sociedade.

Em oposição à abordagem de Marx relativamente à compreensão da Revolução Industrial, Weber afirmou que, em primeiro lugar, surgiu uma mudança radical nas ideias.

Este facto reflectiu-se na Reforma Protestante e nas prédicas de líderes protestantes, especialmente John Calvin, que se opunham aos pensamentos e práticas da Igreja Católica, dominantes na altura.

Entre os vários valores defendidos pelos Protestantes, destacam-se as ideias de auto-suficiência, frugalidade e relações independentes e íntimas com Deus, em vez de através de um padre.

A frugalidade era uma atitude essencial necessária ao encorajamento da poupança e do investimento, um importante elemento do capitalismo e da Revolução Industrial.

Os Protestantes afirmavam ainda que não precisavam de uma organização imensa, corrupta e decadente para lhes dizer como pensar. Segundo eles, a independência de pensamento ajudava a que as pessoas começassem os seus próprios negócios e contribuissem para o crescimento da classe detentora de capital.

A Reforma Protestante, de acordo com Weber, foi o factor determinante que desencadeou a Revolução Industrial e a ascenção do Capitalismo, uma abordagem muito diferente da de Marx.

Uma terceira contribuição de Weber relaciona-se com a sua visão sobre a natureza social da desigualdade.

Marx enfatizou as relações com os meios de produção.

Sem negar a importância da posse de riqueza, Weber acrescentou o prestígio, ou seja, os juízos de valor que as pessoas fazem umas das outras e que contribuem para o seu posicionamento nas respectivas classes sociais.

Novamente, a grande preocupação de Weber era ao nível das ideias.

Karl Marx via as classes sociais como sendo relacionadas com os meios de produção.. Ele viu uma mudança de uma sociedade feudal baseada na Agricultura, em que a classe detentora de terras se diferenciava da classe dos camponeses, para uma sociedade marcada pela Revolução Industrial, em que a classe detentora do capital, os prietários das fábricas se diferenciava da dos operários trabalhadores, que viviam do seu trabalho pago.

Outros profissionais, tais como escriturários, agentes de informação, serviços de espionagem e informação e funcionários públicos, não contribuíam para a produção económica e eram, por isso, inúteis (não produtivos) e não constituiam classes.

Max Weber, que escreveu meio século mais tarde, pelo contrário, declarava que as classes dependiam de três factores: poder, riqueza e prestígio.

Na Sociologia actual, tendemos a considerar estes mesmos três factores, embora os sociólogos marxistas ainda sublinhem as relações aos meios de produção, incluindo, hoje, a produção de ideias e informação.

Weber também considerava que a sociedade era composta por várias camadas e não apenas duas e que, nesta divisão, havia outros factores importantes, para além dos materiais.

Considerando os trabalhos dos três, Marx, Durkheim e Weber, hoje vemos a desigualdade social como tendo origem em três elementos distintos: riqueza, poder e prestígio.

Os conflitos laborais tendem hoje a ocorrer entre trabalhadores e administradores. Estes últimos são pagos para tomar o partido dos proprietários que são, actualmente, os que possuem títulos e acções das empresas.

Os trabalhos de Weber contribuiram para a Perspectiva Simbólica Interaccionista, uma das três perspectivas clássicas em Sociologia.

Assim como para as restantes duas perspectivas, também não foi Weber que cunhou aquele termo, nem descobriu ou descreveu a perspectiva em si. Foi Blumer que o fez.

Ele contribuiu grandemente para o nosso pensamento e aqueles que posteriormente continuaram a desenvolver a perspectiva simbólica interaccionista ––Blumer, Mead, Thomas, Park –– basearam-se em larga medida nos ensinamentos de Weber.

Este autor também contribuiu para a observação sociológica e para a análise das organizações.

Entre os seus vários trabalhos, Weber debruçou-se sobre a natureza das burocracias para investigar as razões pelas quais elas detinham tanto poder.

Ele registou o facto de as burocracias terem aumentado e se terem fortalecido com a Revolução Industrial.

Weber identificou cinco elementos das burocracias que lhes conferiam força: hierarquia da autoridade; divisão do trabalho; regras escritas; comunicações escritas e a impessoalidade.

Dois destes elementos podem ser problemáticos quando perguntamos se podem ser utilizados para fortalecer as comunidades.

Uma "Hierarquia da autoridade", especialmente se é exercida de forma rígida, ríspida e ditatorial e a "impessoalidade", se alienar os membros da comunidade, são ambos elementos que reduzem o gemeinschaft de uma comunidade, assim reduzindo a característica essencial dessa comunidade.

Weber escreveu em resposta a Marx com a intenção de contradizer ou reduzir a abordagem materialista.

Ele viu que a principal mudança foi o surgimento do Protestantismo, cujos valores e crenças contribuiram para a Revolução Industrial.

Argumentou ainda que os novos valores do Protestantismo, frugalidade, pensamento independente e auto-suficiência, constituiam valores e atitudes necessárias à criação e crescimento do pensamento capitalista e às acções conducentes à Revolução Industrial.

Um século depois destas reflexões, podemos constatar que estas diferentes abordagens podem não ser mutuamente exclusivas, mas antes explicações complementares.

Philip Kotler

Philip Kotler

Nascido em 1931 em Chicago nos Estados Unidos, Kotler é um importante académico com uma influência importantíssima na área do marketing. Entre 1948 e 1950 estudou na Universidade de De Paul e mais tarde recebeu o grau de mestre em Economia pela Universidade de Chicago e o doutoramento pelo MIT, instituições onde foi aluno de Milton Friedman e de Paul Samuelson. Posteriormente fez um pós-doutoramento em Matemática na Universidade de Harvard e um outro em Ciência Comportamental na Universidade de Chicago.

Autor de numerosos livros e artigos, a ele se deve o reconhecimento do marketing como função central da gestão. A ele se devem também expressões como “demarketing” (que traduz a ideia de um elemento de marketing que procura dissuadir o mercado de desejar um determinado produto ou serviço) e “marketing social” (que respeita à utilização do marketing na disseminação de ideias úteis do ponto de vista social). Antes de Kotler, a bibliografia sobre marketing limitava-se a descrever as suas funções. Com Kotler, o marketing passa a ser uma verdadeira disciplina do conhecimento.

Das suas principais obras destaca-se o “Marketing Management”, considerado por muitos como a “bíblia” do marketing, contando já com diversas edições. Além desta, uma referência também para “Marketing Models”, Marketing For Nonprofit Organizations” e “Principles of Marketing”.